A marca que deixamos na pele sai com o tempo, mas a marca psicológica, seja positiva seja negativa, talvez não se apague nunca.
Existem certos dominadores cuja principal fantasia parece ser a não-consensualidade. Pegam submissas iniciantes e com pouca experiência e as submetem a torturas físicas e/ou psicológicas, alegando que BDSM é assim mesmo. Não é, trata-se de abuso. O BDSM que conheço e pratico tem como fundamentos a consensualidade e o respeito aos limites dos praticantes. Ressalto aqui que isso não tira em nada a minha autoridade como dominador. Pelo contrário, ela só aumenta.

Quem resolve praticar seu sadismo de maneira impositiva pode até estar praticando dominação, mas não BDSM, e não deveria usar da sigla para justificar seus atos. A ficção está cheia de excitantes histórias de dominação e sadismo não consensuais, mas na vida real isso causa traumas sérios às vítimas desses abusos e ainda compromete todos os praticantes que se esforçam diariamente para vivenciar um BDSM saudável dentro do princípio da consensualidade.

Gosta de práticas severas e sem combinação prévia? Procure submissas e masoquistas experientes, que aceitem de forma consensual se submeterem a situações inesperadas. Uma sessão BDSM não precisa ter um roteiro para ser lido e aprovado pela submissa antes de começar, mas com uma iniciante é mister explicar as práticas e dependendo do caso até mencionar um breve roteiro para uma primeira sessão. Uma submissa experiente, que já expandiu há muito os seus limites iniciais é a pessoa adequada para quem quer e precisa de práticas mais pesadas. 

Aquelas submissas que chegarem a mim relatando abusos eu vou sempre recomendar que denunciem, que registem nos órgãos adequados e relatem seus casos para os grupos de que façam parte. Não uso de corporativismo para proteger supostos colegas que usam do BDSM que eu tanto zelo para praticar abusos e traumatizar iniciantes. E isso vale para todas as posições.

Lrd.E

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