— Mas isso é elementar, meu caro Lorde - Diria aquela pessoa que entende de BDSM e conhece o princípio do SSC.

— Parece elementar, minha cara pessoa que entende de BDSM — Diria o Lorde — Mas se você me conhecer um pouco saberá que não costumo falar obviedades.

Então vamos lá. Em se tratando de Lorde Estêvão, o que isso significa?

Já fui chamado de besta, metido, esnobe, pedante (gosto desse) e outros termos menos cultos, principalmente quando eu era mais jovem, em parte por causa da minha postura, uma certa linguagem corporal que não condiz com o jeito "largadão" do mundo atual, mas também — e posso quer que principalmente — por eu não costumar ir atrás das submissas, pelo menos não de forma direta.

Eu não costumo abordar, fazer proposta, dizer que estou interessado. Até fiz isso lá pelos anos 1990 quando estava conhecendo o meio através das famosas salas de chat da época, no UOL e no ZAZ. Mas logo fui deixando de "caçar" e assumindo minha postura do Lorde pedante. Sim, eu um tanto enjoado e pedante mesmo, mas de perto, bem de pertinho, você verá que eu até que sou legalzinho, só não saio à caça de parceiras.

Acontece que o não caçar também é parte da minha fantasia. O termo Lorde não é casual, ele realmente me representa, traduz minha posição dentro do BDSM conforme o que me excita. E me excita ser procurado pela submissa que me viu fazendo uma prática, que leu um conto meu ou apreciou meus desenhos. Me excita ser buscado para uma sessão de bondage, me excita receber a oferta de entrega, mesmo que temporária, de uma submissa que soube do que faço e ficou com desejo de experimentar porque sua própria fantasia se completa com a minha.

Já houve até casos em que pessoas me disseram ter ficado me esperando ir atrás e propor algo e eu não fui. E na maioria das vezes eu sabia, mesmo assim não fui atrás e nem propus nada. Minha forma de demonstrar interesse é bem mais sutil. Se estou dando maior atenção, é um indicativo de que posso estar interessado.

— Ah, Lorde, mas é o homem quem tem que tomar a iniciativa!
— Que homem, minha cara?
— Qualquer homem, oras.
— Eu não sou qualquer homem.

Lrd.E

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