Um item está presente na maioria dos meus contos e também em alguns dos desenhos, o cinto de castidade. Símbolo da negação do orgasmo, ele é um dos pontos centrais na fantasia do Lorde. E não necessariamente o cinto físico, mas o controle do orgasmo através da dominação, um cinto de castidade mental, como no conto "Pingando", onde o cinto físico é muito mais para efeito simbólico.



Na privação do orgasmo e no jogo de castidade está a ideia do desejo não satisfeito, do prazer negado e postergado de acordo com a vontade do dominante. Cabe à submissa usar de todas as suas forças para se controlar e obedecer à ordem de proibição do gozo. Essa negação no entanto acaba virando um prazer em si não somente para mim, o dominante, mas também para ela, a submissa, que experimenta um prazer diferente, menos óbvio, mas um grande prazer advindo da combinação do prazer proporcionado pela constante excitação com o prazer de obedecer servindo ao dominante ou dono.

A negação no entanto não está apenas no impedimento do orgasmo, mas em todo um jogo que pode ser feito de pequenas negações. Um beijo impedido por uma mordaça eficiente, a proximidade do corpo quase tocando, mas sem tocar... Essas pequenas negações, quando combinadas à privação do orgasmo.

Também é parte do jogo o tocar, provocar e estimular, seja diretamente pelo toque do dominante, seja pela ordem para que a submissa se estimule até certo ponto. Além de outras formas de estimular e provocar, como palavras, conversas sacanas, imagens e até mesmo ordenar que ela vista algo sensual. Ou a combinação de várias dessas coisas, num crescente de estimulação e negação, de toque não dado quanto e toque dado, numa escala provocações que vão gradualmente elevando o desejo dela de chegar ao orgasmo, que vão obrigando-a a se esforçar cada vez mais para obedecer ao comando de segurar o gozo.

Pouca coisa me excita tanto quanto provocar uma mulher até vê-la pingando de desejo, desesperada pela liberação, mas determinada a me obedecer até o último segundo, quando eu finalmente libero seu gozo. E ele vem como uma explosão deliciosa de assistir, de saborear, de me lambuzar nele. Mas até chegar nesse momento eu vou provocando, estimulando, negando, demorando, postergando...


Evidente que poucas submissas tem real prazer com isso. São raras e preciosas. Mulheres que conseguem enfrentar seus próprios instintos de busca do prazer instantâneo até aprenderem a gozar com o não-gozo.

Lrd.E

1 Comentários

Unknown disse…
gostei muito de seu blog, especialmente de suas ilustrações, senhor. Parabéns!