Aquela cena despertou olhares e comentários das poucas pessoas que a presenciaram. Afinal de contas não havia mesmo quase ninguém em meio àquela aridez e sob aquele sol escaldante. Mas certamente os comentários das poucas pessoas que viram e talvez até documentaram com seus celulares eram sobre o que a cena aparentava ser, pois não faziam e nunca fariam a menor ideia do que realmente estava acontecendo.

Vestidos com as tradicionais vestimentas árabes, um homem caminhava à frente, seguido logo atrás por uma mulher, que segurava um guarda-sol que só amparava a cabeça dele. Seria isso uma típica cena árabe? Teriam se perguntado os passantes. Talvez fosse normal de ver isso lá nas arábias — dissera alguém — não no limite entre o sertão e a praia, no Ceará. Mal sabiam os curiosos transeuntes que nenhum dos dois era árabe.

Por baixo da minha túnica branca, a única camada extra de vestimenta era uma cueca bem ajustada, que impedia que minha excitação se destacasse. Já por baixo da túnica e niqab pretos que ela usava (que nós ocidentais chamamos de burqa) havia mais duas camadas e bem mais coisas do que se poderia imaginar.

Cobrindo sua pele e certamente já encharcado de suor a essa altura, havia um burquini (que nunca seria aceito na Arábia, pois era totalmente ajustado ao corpo). Por cima da peça preta de malha que contornava deliciosamente suas curvas e deixava apenas o rosto, os pés e as mãos de fora, uma camada de corda branca em um intrincado bondage que ornamentava seu tronco, pressionava seus seios acima e abaixo e passava provocativamente por entre suas pernas. Cordas também ornavam seus braços e pernas, mas apenas decorando e exercendo leve pressão, sem impedir os movimentos.

Um lenço de seda de tamanho considerável estava enfiado na boca dela, preenchendo cada espacinho e provocando sede, pois a seda tende a ressecar mais do que encharcar. Uma longa tira de malha branca grossa dava várias voltas sobre a parte inferior de seu rosto, encerrando sua boca e queixo em uma mordaça firme e muito eficiente em impedir qualquer emissão de som.

Dentro dela apenas um plugue anal, pois ela estava em castidade e iria continuar assim. E eu, magnânimo como sou, não lhe coloquei um consolo, evitando assim que ela perdesse o controle e me desobedecesse a ordem de não gozar. Isso, claro, não a impediu de encharcar com seus sucos deliciosos a corda entre suas pernas e parte da malha que cobria suas coxas torneadas.

Por cima de tudo, cobrindo qualquer evidência de seu corpo provocado e ofegante (muito mais pela excitação do que pelo calor desértico), estava a “burqa” preta, que só deixava de fora suas mãos, usadas para segurar meu guarda-sol, seus pés, que eu permiti que estivessem numa sandália sem salto, e seus olhos, que de vez em quando ela revirava e apertava no constante esforço para segurar a tensão do pré-orgasmo que pulsava como uma britadeira em sua vulva inchada de desejo.

Esse árabes são estranhos, vestidos daquele jeito nesse sol tão quente, disseram as pessoas que saíram contando a história por tanto tempo depois de verem aquela cena.

Lrd.E

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